Avançar para o conteúdo principal

A nova economia da conceptualidade e o paradigma da substituição de átomos por bits !

Graças principalmente à internet, monopólios de longa data e desequilíbrios de poder estão a ser desafiados à medida que mais pessoas, de mais regiões do mundo, se conectam, colaboram e competem no palco global. Jovens em toda parte questionam as tradições de instituições veneráveis, como a universidade, os jornais, as organizações médicas e todo o aparato do governo representativo.
No futuro já não tão distante, vamos olhar para o período actual como um tempo em que o mundo iniciou uma transição histórica do capitalismo industrial para um novo tipo de economia baseado em
novos princípios e novas formas de pensar e agir. Alguns, obviamente, vão dizer que os efeitos de longo prazo dessas mudanças são difíceis de prever com precisão. 

Pode ser verdade, mas vale lembrar que o futuro é algo para se alcançar, não para predizer. E, no meio da névoa e da confusão, começam a se revelar os contornos de novas formas de organização humana, tão revolucionárias quanto aquelas trazidas pela invenção da imprensa há cinco séculos. Graças ao novo meio global de colaboração e a um nível de conectividade social sem precedentes, as pessoas em empresas, governos e na sociedade como um todo têm poderosas ferramentas para reinventar as instituições com base em novos princípios organizacionais.

E esta revolução já começou e é mesmo já uma realidade.  Como tal deixo aqui apenas um pequeno "insight" sobre esta revolução que as novas tecnologias, sempre suportadas na Internet, irão desencadear, traduzindo uma nova economia da conceptualidade, que irá substituir a actual economia baseada em sistemas produtivos tradicionais assentes em átomos, característicos da "velha" era industrial!  Já uma realidade e não ficção como vos pode parecer à primeira vista!

E estas tecnologias irão permitir, num futuro próximo, imprimir automaticamente todos os objectos a que a que a nossa civilização já nos habituou e muitos outros que serão "concepcionados" através de um computador e de um programa de "desenho" em 3D, para produzir os componentes que precisamos, para materializar desde o carro ao avião mais veloz, passando pela construção de edifícios ou até de bases na Lua ou em Marte.

Chamam-se por agora impressora 3D, mas na verdade são fábricas (até pessoais) autênticas e totalmente automáticas. Copiam um modelo desenhado previamente no computador e "imprimem" o objecto anteriormente concebido por um ser humano criador (conceptualizador - daí o termo economia da conceptualidade).

Há também já impressoras 3D que cozinham alimentos. Isto é, confeccionam os "menus" que pedimos através de um computador e onde escolhemos o tipo de confecção desejada! Depois é só esperar uns minutos até sair o prato pronto a ir à mesa, exactamente produzido pela mesma técnica de “impressão”, através de camadas sucessivas ! :)

Este paradigma há mais de uma década anunciado por Nicholas Negroponte do MIT, de uma sociedade em que o mundo dos átomos dá lugar ao mundo dos bits. 

Como exemplo veja-se este video, mas aconselho a que pesquisem na net por "Impressoras 3D ou 3D Printers -  Uma impressora 3D que produz em minutos uma chave inglesa perfeitamente funcional a partir de um modelo desenhado em computador e através de um “ferramenta” de desenho em 3D.

Ver Vídeo de uma impressora 3D que produz em minutos uma chave inglesa!

Por Francisco Gonçalves "in" Notas Soltas @01April2013

(francis.goncalves@gmail.com)


A Gartner, empresa de estudos de mercado estima que em 2016 as mais vulgares impressoras 3D custarão menos que hoje um normal computador de secretária (Ler mais info).

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Captura do Estado e a Ilusão da Democracia em Portugal

A Captura do Estado e a Ilusão da Democracia em Portugal 1. O Início da Degradação do Estado Após a Revolução, Portugal seguiu um caminho que, ao invés de consolidar uma democracia transparente e participativa, resultou na apropriação do Estado por uma elite política. Inicialmente, com as nacionalizações, o controlo da economia foi entregue ao "povo" – ou assim nos fizeram crer. Anos mais tarde, esse processo foi revertido por privatizações feitas à margem dos cidadãos, sem transparência e sob forte influência de interesses particulares. Desde cedo, o povo foi afastado das decisões cruciais para o país. O Estado, que deveria ser um agente do bem comum, tornou-se uma entidade hermética, funcionando como uma máquina de poder ao serviço de uma classe política que rapidamente se blindou contra qualquer escrutínio popular. 2. A Formação de uma Casta Política e a Falsa Democracia Portugal não desenvolveu uma verdadeira democracia participativa. Em vez disso, instal...

O estado lastimável da educação em TI e a ausência de pensamento crítico !

A nossa profissão está repleta de pessoas capazes de realizar procedimentos que lhes foram ensinados, mas incapazes de pensar sobre um problema e como encontrar soluções inovadoras para o mesmo. Aqui está o que nós precisamos fazer. Como os nossos silos corporativos tradicionais continuam a entrar em colapso, os profissionais de TI terão de assumir responsabilidades mais interdisciplinares para avançar nas suas carreiras. Infelizmente, os nossos sistemas de educação não estão a preparar os profissionais de TI para as responsabilidades, e vão ter que ser os empresários e empreendedores a dar a volta e a provocar a mudança que urge. Primeiro, um pouco de história para entender como acabamos onde estamos hoje. Na era do mainframe, não existiam programas formais de educação em TI. Os profissionais de informática nos anos 1950 e 60, incluindo meu pai, aprendiam todas as suas habilidades no trabalho. Essa formação, muitas vezes veio diretamente dos fornecedores de hardware de mainfra...

Guia de Produtividade e software alternativo para o seu Desktop, apenas com Open-Source

Este "post" pretende ser uma compilação de software e ferramentas Open-Source e Free-Software (não exaustiva mas confiável, segura e proficiente ) e de download e utilização completamente livre e gratuita, quer a nível pessoal ou mesmo profissional, considerando as ferramentas de desktop de trabalho mais usadas, no dia-a-dia de trabalho. Constitui assim uma lista de componentes e programas completamente gratuitos e uma "suite" alternativa às soluções proprietárias normalmente usadas nas organizações, de que é exemplo a "suite" de Office & Windows da MicroSoft , que se revelam bem onerosas para as empresas, sobretudo se atendermos aos benefícios e inovação (muito poucos !!!) que têm vindo a introduzir, principalmente nos últimos 5-6 anos. Aliás, uma das características fundamentais das alternativas Open-Source , que rompem com os tradicionais moldes em como se colabora, partilha e produz informação, é exactamente a re-invenção e a introdução sistemáti...